sábado, agosto 27, 2011

O nervo olfatório

Do cérebro saem cerca de 12 nervos de cada lado, que servem várias funções diferentes - os chamados nervos cranianos. Falaremos de todos eles mais tarde, mas neste tópico chamaremos atenção para o primeiro nervo craniano, o nervo olfatório.

O nervo olfatório é responsável pela olfação, ou seja, pela capacidade de sentir cheiros, odores. Ele não é propriamente um nervo, mas uma extensão do próprio cérebro. Ele começa na porção superior da cavidade nasal, e corre para trás por baixo da porção anterior do cérebro (lobo frontal) e entra no cérebro logo depois. Coloque o dedo na ponta do seu nariz e corra o dedo para cima, até a dobra onde o nariz termina e começa a testa. O nervo olfatório começa justamente aí. Observe a figura abaixo:

http://br.bing.com/images/search?q=nervo+olfat%c3%b3rio&view=detail&id=691FA1C2145DB055EB055712F8CE68500EE1FAF0&first=0&FORM=IDFRIR 


O nervo olfatório é esta estrutura alongada e amarelada em cima do nariz com várias ramificações.Estas ramificações são as terminações olfatórias, e são elas que recebem e codificam as moléculas em odor (cheiro). Aproveite e veja seu nariz de uma forma diferente, por dentro.

Observe esta outra figura, que demonstra a relação do nervo olfatório com o cérebro:

http://www.worsleyschool.net/science/files/nose/olfactory.gif
O nervo olfatório está sujeito a vários problemas devido à sua posição. Na verdade, ele não está protegido, e está mesmo é desprotegido, pois localiza-se logo em uma área do corpo que recebe vários estímulos, o nariz, e não há cobertura que proteja suas ramificações. Então, entre as várias causas de doenças do olfato que afetam o nervo olfatório, podemos citar:

1. Rinites e sinusites - A inflamação do nariz e dos espaços cheios de ar ao seu redor pode causar inchaço da mucosa ao redor do nervo olfatório, e impedir a chegada de moléculas às terminações do nervo. Por isso que nariz entupido, rinites e sinusites agudas, e gripes levam à perda (temporária) da sensação de olfato (a perda do olfato, temporária ou permanentem chama-se anosmia; quando o olfato está dominuído mas presente, chamamos de hiposmia; quando o olfato está deturpado, ou seja, sentimos não o odor verdadeiro, mas um outro cheiro, às vezes mais grosseiro e desconfortável, devido a inflamações e infecções ou lesão cerebral, chamamos de cacosmia);

2. Trauma craniano - Traumatismos à parte da frente do cérebro pode levar à fratura de um osso chamado de etmóide, que é o osso que recebe e mantém as terminações nervosas, separando o cérebro do nariz. A fratura pode lesar o nervo e levar a anosmia ou hiposmia, por vezes definitivamente (veja figura abaixo)



Esta figura veio daqui: http://pt.wikipedia.org/wiki/Nervo_olfat%C3%B3rio. O osso etimóide é esta placa na parte de cima da figura entre o espaço vazio acima (em que deveria estar o cérebro) e o nariz embaixo. Veja as setas amarelas (terminações nervosas) passando entre os buracos do osso.

3. Lesões cerebrais - Várias lesões localizadas na parte da frente do cérebro, como abscessos, aneurismas, ou tumores podem levar a compressão dos bulbos olfatórios (os nervos em si) e levar à perda parcial ou total do olfato, ou adulteração do olfato (cacosmia). Observe uma tomografia com um caso assim:


http://www.scielo.br/img/revistas/anp/v64n1/a17fig02.gif

4. Doenças degenerativas como a doença de Parkinson e a doença de Alzheimer podem causar alterações do olfato que precedem em anos a instalação clínica da doença. Esta observação é interessante e num futuro próximo levará ao diagnóstico precoce e mesmo proteção contra a doença.

O que eu quero que você aprenda com este tópico?

1. Que seu nariz é bastante complexo, mas imensamente bonito. Que Deus (no qual acredito muito) fez seu corpo com todo esmero e perfeição; e

2. Caso apareça uma alteração súbita do olfato, não espere e vá imediatemente ao médico. Pode ser alguma doença do nariz, ou pode ser alguma coisa no cérebro. Lembre-se que doenças do nariz como inflamações são as causa mais comum de alterações do olfato. Logo, não se preocupe, mas vá a um médico.

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Comente na minha página do Facebook - Dr Flávio Sekeff Sallem,
Médico Neurologista