terça-feira, novembro 22, 2011

Músico com memória de 10 segundos após infecção surpreende ciência

Notícia tirada do site da BBC Brasil - http://noticias.uol.com.br/bbc/


Por que uma pessoa que sofre de amnésia e perde a memória de quase tudo na sua vida consegue ainda reter conhecimentos musicais? A resposta pode estar no fato de que as memórias musicais são armazenadas em partes diferentes do cérebro que a de outras memórias.
Quando o maestro britânico Clive Wearing contraiu uma infecção no cérebro em 1985 - uma encefalite por herpes - ficou com uma capacidade de recordar apenas os eventos ocorridos 10 segundos antes. A infecção danificou uma parte do seu cérebro conhecida como lobo temporal médio.

Imagem tirada deste site - http://www.portugal-linha.net/arteviver/images/lobotemporal.jpg

A habilidade musical do condutor, no entanto, permaneceu intacta. Hoje com 73 anos, Wearing consegue ler partitura e tocar música no piano, e chegou inclusive a reger seu antigo coral.
Um grupo de cientistas alemães descreveu outro caso de um violoncelista profissional - identificado apenas como PM - que contraiu encefalite por herpes em 2005.
Incapaz de recordar as coisas mais simples - como a imagem de sua própria casa - PM manteve intacta a sua memória musical.


O lobo temporal médio do cérebro, severamente afetado em casos de encefalite por herpes, é "altamente relevante" para a memória de eventos e como, onde e quando eles ocorrem. Mas estes casos sugerem que as memórias musicais podem estar armazenadas em locais diferentes de forma independente no lobo temporeal médio.

Uma equipe de cientistas alemães também estudou o caso de um paciente canadense nos anos 1990 que perdeu toda a sua memória musical após uma cirurgia que danificou especificamente uma parte do cérebro chamada de giro temporal superior. O caso levou a equipe a sugerir que as estruturas do cérebro usadas para armazenar memória musical "devem ser o giro temporal superior ou os lobos frontais".

A manuntenção da memória musical pode auxiliar os pacientes a, relacionando atividades de sua vida diária à música, manter sua qualidade de vida. 

A memória musical é diferente dos outros tipos de memória. As atividades musicais envolvem diferentes partes do cérebro.

Por que achamos graça das coisas?


Artigo tirado do site The Boston Globe - http://www.bostonglobe.com/ideas/2011/11/20/why-our-brains-make-laugh/l0OWxVcnRpzfyIheFgab5N/story.html

Por que achamos as coisas engraçacas? E por que temos senso de humor?

De acordo com Matthew Hurley, da Tufts University, nosso cérebro toma conhecimento de nosso dia-a-dia via uma série de suposições intermináveis baseadas em infromações incompletas e esparsas. Ou seja, o cérebro toma palpites do mundo, o que nos simplifica o mundo, nos dá insight (conhecimento de si mesmo) crítico das mentes dos outros, e canalizam nossas decisões. Mas erros acabam por ser inevitáveis, e mesmo uma minúscula suposição errada pode abrir portas para erros maiores e mais custosos.

O humor talves seja uma pequena recompensa que o cérebro dá a sim mesmo por procurar e corrigir nosas suposições erradas. Assim, o senso de humor seria um atrativo que mantém nossos cérebros alertas para as falhas entre nossas suposições erradas e a realidade. Muito do que consideramos comédia tira vantagem deste refçelxo cognitivo. 

Em muitas situações, nossos cérebros são obrigados a antecipar constantemente o futuro fazendo suposições sobre o mundo em uma velocidade perigosa. Assim, pensamos muito sobre coisas sobre as quais ainda não sabemos, e damos nossos melhores palpites. mas isso preenche espaços mentais com lixo, pequenos erros, que podem iniciar uma cascata de erros se passarem despercebidos, levando-nos a gastar muita energia e recursos, e talve levando a verdadeiros desastres.

O ato de achafr e evitar estes erros é um trabalho crítico. Mas esta tem de competir com outras tarefas que nossos cérebros podem estar fazendo. Assim, o humor seria a recompensa do cérebro por descobrir seus erros de inferência, ou seja, seria uma auto-bajulação do cérebro.

No humor, não somente o cérebro descobre uma falsa inferência (erro), mas também simultaneamente recupera-se e se corrige. Pode-se ver isso em piadas quando, enquanto a ouvimos, temos a falsa impressão de algo que é errado, e que de repente nos é revelado como algo completamente diferente no final da piada. Após um brevíssimo momento de negatividade, com o "não é possível que seja assim", vem a risada, a gargalhada. 

A habilidade de detectar o humor nos torna melhores e mais aptos, além de reduzir os erros que fazemos e pensamos.

Mas o que é universal aqui não é o contexto do humor, como muitas coisa sengraçadas para uns não o são para outros, ou são para um grupo étnico e não são para outro, mas o processo do humor. Todos temos diferentes visões, crenças, bagagem de conhecimento e entendimentos do mundo. Diferentes bagagens levam a diferentes suposições em relação ao mundo, e diferentes maneiras de encarar algo que pode ou não ser engraçado.



quarta-feira, novembro 16, 2011

O cérebro, este órgão tão maravilhoso e tão desconhecido

Dentro de sua cabeça ocorrem centenas, milhares, milhões de reações químicas e transmissões de impulsos elétricos todos os dias. Descargas e liberação de neurotransmissores que deixariam qualquer eletricista doido (e doído, também). Várias são as substâncias envolvidas na função deste órgão tão desconhecido, e que devagarzinho vai sendo desvendado, o cérebro.

O cérebro é o local onde ocorre a formação da parte mais importante do ser, a consciência. Mas também aqui  desenvolve-se o que nos faz pessoas, a personalidade, nossos traços pessoais, a linguagem e nossos costumes, nossa maneira de ver o meio, inclusive a visão é processada no cérebro. Aliás, tudo o que ocorre com nosso corpo é processado no cérebro, e necessitaria escrever um livro para falar sobre tudo o que pode ser processado e apreendido no cérebro. Podemos dizer, sem medo de errar, que tudo o que sentimos, comemos, cheiramos, falamos e ouvimos, é processado pelo cérebro, e é o cérebro que faz a informação como nos a conhecemos e percebemos. 

O cérebro é composto de células, já discutidas neste blog em post anterior, e estas células fazem parte de núcleos e tratos, as fibras que vão de núcleos a outros. Os núcleos possuem os corpos celulares dos neurônios, as células que transmitem impulsos entre si, e são mantidas pela glia, as células de suporte. O cérebro possui grosseiramente falando uma substância branca, que na verdade é amarronzada, e uma cinzenta, que é bem mais escura que o cinza. A susbtância cinzenta possui os núcleos celulares, além dos núcleos que estão na profundidade do cérebro, enquanto que a substância cinzenta está bem na superfície. A substância branca contém as fibras dos neurônios, ou seja, os dendritos e os axônios, e células de suporte, a glia.

Observe abaixo um cérebro real cortado:

Esta figura veio daqui: http://kobiljak.msu.edu/WebGraphics/Pathgraph/17730.jpg

Observe que o cérebro possui dois hemisférios, o direito e o esquerdo, e essa divisão é particularmente importante, não somente do óbvio ponto de vista anatômico, mas também por que pessoas ditas destras, ou seja, que possuem dominância da mão direita, possuem a função da linguagem predominantemente no hemisfério cerebral esquerdo. Mas isto também ocorre com a maioria dos canhotos, ou seja, que possuem dominância da mão esquerda. Uma minoria da população mundial possui a linguagem predominantemente localizada no hemisfério cerebral direito. Qual a importância disso, você pode se perguntar? Bem, derrames localizados em áreas extensas, ou mesmo pequenas áreas, mas bem localizadas, do hemisfério esquerdo, podem levar à perda da linguagem, a capacidade de se comunicar, o que pode ser desastroso, enquanto que lesões pequenas do lado esquerdo ou lesões de vários tamanhos do hemisfério direito podem levar a alterações da articulação das palavras somente, com manutenção da linguagem.

O cérebro ainda possui sulcos, ou seja, fendas e mais fendas, e que o cérebro é todo dobrado, enrugado em si mesmo. Entre os sulcos temos a massa cerebral propriamente dita, os giros. O cérebro possui uma área de superfície muito grande (cerca de 1500 a 1200 cm2). Se pudéssemos pegar o cérebro de um adulto normal e abri-lo todo, estendendo-o sobre uma superfície lisa, ele cobriria duas folhas do seu jornal de domingo. Logo, as dobras, ou seja, giros, existem para fazer com que ele caiba dentro de sua cabeça. E o cérebro ocupa 70 a 80% do volume do seu crânio (Fonte: http://saude.hsw.uol.com.br/cerebro7.htm).

O cérebro de um adulto normal pesa em média 2% do peso total do corpo, e recebe cerca de 1/4 (25%) de sangue do corpo todo. Chega a pesar em média 1,2 a 1,4 kg, e tem cerca de 100 bilhões de neurônios (Fonte: http://saude.abril.com.br/edicoes/0284/bem_estar/conteudo_300900.shtml)

O cérebro masculino, pelo tamanho geralmente maior dos homens, pode pesar cerca de 100 a 200 gramas mais que o cérebro feminino, mas isso não mede a inteligência (Fonte: http://saude.abril.com.br/edicoes/0284/bem_estar/conteudo_300900.shtml).

O funcionamento do cérebro depende de substâncias que são liberadas nas fendas sinápticas, os espaços entre as células, entre dendritos e axônios, que funcionam como a comunicação entre os neurônios. Estas substâncias são os neurotransmissores. Os neurotransmissores mais conhecidos são a dopamina, a serotonina, a noradrenalina, a acetilcolina, o glutamato, o ácido gama-aminobutírico (GABA) e a glicina, mas há vários outros menos prevalentes, e mais localizados em áreas específicas do cérebro. Algumas doenças cerebrais podem ter na falta de seus neurotransmissores a causa de alguns sintomas, como a falta de dopamina na doença de Parkinson, por exemplo.

O cérebro possui áreas de processamento das informações, como uma usina que possui áreas para cada função. Assim, há áreas específicas para o processamento da visão, da audição, do equilíbrio, da memória, da concentração, dos movimentos e sensações do corpo, etc... Mas essa divisão não é tão ortodoxa assim, e áreas cerebrais podem ter mais de uma função, ou grandes áreas podem ser diferenciadas em áreas menores, que lidam preferencialmente, mas não somente, com uma dada função. Assim, a área occipital da visão pode ser dividida em áreas mais específicas para o processamento da velocidade de movimentação do objeto, da profundidade, da sensação de aproximação ou afastamento do objeto, da capacidade de perceber cores, etc...

Observe que o cérebro é dividido em áreas com números, as famosas áreas de Brodmann, em homenagem ao anatomista alemão Korbinian Brodmann, que as descreveu com base em estudos, em 1909. Além disso, Brodmann também, utilizando cérebros humanos, de macacos e de outras espécies, demonstrou a existência de camadas no córtex, ou seja, a substância cinzenta, com vários tipos celulares diferentes.  As áreas de brodmann, numeradas de 01 a 52, estão visualizadas em cores abaixo:

Esta figura veio daqui: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/90/Brodmann_areas_3D.png/220px-Brodmann_areas_3D.png.

 O cérebri pode ainda ser dividido em lobos, que são grupamentos maiores, que servem para facilitar o estudo do cérebro e de suas doenças. Temos os lobos frontal, parietal, temporal, occipital e insular

Observe abaixo:
Esta figura veio daqui: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_BOpC0Fw74CcETm4snZWpjI7-2TWKAe5BI5quFAGWU6M6RyiyzPqUg-iJ8QL6CTa_POl7O18nyX9TJBAyzxmQ5Jklxp_0qZtnr-vOgNHo_d5oSg0YAU-6lOAbPwjZtoCj0OywcOExWco/s400/Sinapsejjjj.JPG

O lobo insular fica dentro do cérebro, embaixo do lobo temporal. Observe abaixo:
Esta figura veio daqui: http://www.auladeanatomia.com/neurologia/sulcosinsula.jpg

Falaremos mais em próximo post.

quarta-feira, novembro 09, 2011

Para que serve a angiografia cerebral?

Este termo também refere-se ao que chamamos de cateterismo cerebral, ou seja, o acesso de uma artéria periférica (do braço ou da perna) para avaliação radiológica de vasos cerebrais (carótidas, vertebrais, e artérias do crânio). O médico, neste exame, insere um catéter bem fino por uma artéria (ou a artéria ilíaca, da coxa, ou a braquial, do braço), que é guiado até a aorta, e de lá para as artérias e veias cerebrais. Assim, injetando-se contraste iodado nos vasos, e tirando chapas de radiografias em vários ângulos e posições, o médico consegue determinar algumas coisas em relação aos vasos da cabeça do paciente.

Este abaixo é um aparelho de angiografia, que nada mais é do que uma máquina de raios X que pode rodar ao redor do paciente, e tirar radiografias de várias posições.

 http://radioactivityci2010.pbworks.com/f/1290007344/angio.jpg
Observe a figura abaixo:

http://www.arthursclipart.org/medical/circulatory/arteries%20of%20the%20body.gif 

Essa figura mostra as artérias principais do corpo, e por ela percebe-se que podemos alcançar as artérias cerebrais através de qualquer artéria periférica pela aorta, a grande artéria que sai do coração e desce até o abdome.

Certo. Você viu como é um aparelho de angiografia, o básico de como é realizado o exame, e como podemos abordar as artérias da cabeça através da perna ou do braço. Mas, como é uma imagem de uma angiografia cerebral?

Como disse antes, a angiografia é uma radiografia de sua cabeça, com os vasos todos cheios de contraste, tirada de vários ângulos diferentes. Assim, podemos ver seus vasos arteriais e venosos (sim, artérias e veias, por que as veias as comunicam com as artérias através através de pequeníssimos vasos chamados de capilares, e podemos ver as veias após o contraste ter saído das artérias e entrado nos capilares).

Observe a figura abaixo:

http://www.meddean.luc.edu/lumen/MedEd/radio/curriculum/Vascular/DSCN0099.JPG 

Observe esta grande artérias. Esta é a imagem de uma angiografia. Esta é a aorta, saindo do seu coração, indo para o tórax e abdome, mas antes dando ramos para os braços (os ramos laterais) e para a cabeça (os ramos que sobem). Os ramos laterais são as artérias subclávias, e os ramos que sobem são as artérias carótidas. As artérias subclávias também dão ramos para a cabeça, as artérias vertebrais. A sombra que você pode ver na parte esquerda da imagem é o coração, já esvaziando o contraste que estava nele.

Observe esta outra figura abaixo:

http://www.lakeshoretech.net/images_videos/angiography_cerebral_integration_4.jpg
Esta é uma angiografia cerebral mostrando a artéria carótida interna dentro do crânio (intracraniana), bifurcando-se em artéria cerebral anterior e média (leia o post sobre artérias da cabeça para saber mais).


Mas para que serve a angiografia cerebral?

A angiografia serve para que os vasos do corpo sejam visualizados de forma natural, in vivo. O médico consegue ver as artérias se enchendo e se esvaziando, e consegue assim dar um diagnóstico mais preciso de lesões arteriais ou venosas cerebrais, A angiografia, por ser um método de contraste invasivo, além de demonstrar o que queremos ver em vários ângulos, permite tirar todas as dúvidas quando pensamos em uma lesão de vasos cerebrais como a causa da doença do paciente.

Mas é um método que deve ser indicado de forma criteriosa somente pelo médico, explicando todos os riscos e benefícios ao paciente e aos seus parentes. Métodos como a angiotomografia (tomografia que consegue ver vasos melhor) e a angioressonância (técnica de ressonância magnética para ver vasos) têm boa sensiblidade, e conseguem ver as lesões mais comuns que podem afetar os pacientes.

Os principais motivos pelos quais o médico pode solicitar este exame são:

1. Obstrução de artéria carótida e das artérias vertebrais - Esta é a causa mais comum de derrame, e o médico deve poder estimar o grau de obstrução de um vaso (estenose) para que possa ditar o melhor tratamento, ou medicações ou cirurgia (endarterectomia, ou seja, a limpeza do vaso a céu aberto, ou colocação de stent no vaso).

http://brainavm.oci.utoronto.ca/images/malformations/carotid_stenosis/carotid_stenosis.jpg 

Nesta figura de cima, temos uma estenose carotídea grave pela angiografia. Sabendo-se do grau de estenose, pode-se propor o tratamento mais correto.

2. Diagnóstico da causa de lesões vasculares - Muitas vezes ocorre uma dor de cabeça súbita ou um derrame em um paciente com ou sem fatores de risco para derrames, como pressão alta ou fumo. O médico deve ir atrás da causa do derrame, para que evite um novo ou complicações mais graves. Em alguns pacientes, a angiografua torna-se importante para que possamos saber a caua exata do problema, e assim tratá-lo. Exemplos são dissecções arteriais, ou seja, quando a parede da artéria é destruída e sangue entra pela parede, produzindo uma segunda luz, podendo causar obstrução arterial e saída de um coágulo para cima, para o cérebro (embolia). Observe abaixo:

http://img.medscape.com/fullsize/migrated/497/907/smj497907.fig1.gif 
Esta figura mostra uma dissecção arterial da carótida, na figura à direita, e a lesão cerebral correspondente, na figura à esquerda, grande por sinal (a área branca e brilhante na imagem é a lesão aguda).


3. Obstrução dos vasos internos da cabeça, como as artérias cerebrais anterior, média e posterior, e a artéria basilar - Quando ocorre um derrame, e o doppler de carótidas não mostra lesão, isso pode ser verdade, apesar de que algumas vezes o doppler pode enganar, e haver sim uma lesão na carótida. Mas nas situações em que não há lesão carotídea, pode haver lesão em vasdos dentro do cérebro, como as artérias cerebrais ou a basilar. A angiografia pode auxiliar nesse diagnóstico, apesar de que técnicas como a angioressonância e a angiotomografia podem ser solicitadas no lugar, por serem menos invasivas e mais seguras.


4. Diagnóstico de aneurismas cerebrais e malformações artério-venosas - Aneurismas são dilatações como sacos das artérias, que possuem parede mais fina, e maior chance de rompimento. Têm como fatores de risco mais comuns o fumo (tabagismo), a hipertensão arterial mal controlada e fatores genéticos. Podem passar despercebidos por toda uma vida, mas podem romper causando dores de cabeça intensas e súbitas, e podem até mesmo levar à morte. Já as malformações artério-venosas (ou MAVs) são lesões cerebrais que se formam durante o desenvolvimento cerebral, formadas por uma artéria grande malformada, vasos malformados e de parede fraca dispersos pela lesão, e uma veia de drenagem. Também podem passar despercebidos, mas podem levar a derrames, crises epilépticas ou romper, levando a sangramento cerebral. Seus diagnósticos podem ser feitos pela angioressonância, pela angiotomografia ou pela angiografia cerebral. Veja abaixo:

http://www.methodsofhealing.com/Healing_Conditions/files/2008/10/Cerebral-Aneurysms.jpg 

Esta figura mostra os tipos de aneurismas cerebrais, e como se parecem.

Abaixo você vê a imagem de um grande aneurisma cerebral por auma angiografia:

http://www.drdavidlanger.com/what_we_treat/cerebrovascular/aneurysms/images/cerebral%20aneurism.JPG.

Uma malformação artério-venosa você vê abaixo, em uma angiografia:

http://www.aneurysm-stroke.com/images/AVM-before.jpg.

Mas veja que técnicas como a angioressonância também vêem malformações e aneurismas muito bem, neste caso abaixo marcado com uma seta vermelha:

http://www.totalfm.com.br/admin/images/3_saude_ciencia_203.jpg.g.jpg

Os aparelhos de programas de angioressonância estão ficando cada vez mais aperfeiçoados e conseguem ver mais coisas do que antes.

5. Diagnóstico de trombose venosa cerebral - Esta é uma causa relativamente rara de derrame. Ocorre quando há obstrução (trombose) das veias da cabeça. Veja abaixo as veias da cabeça:

 http://www.ajnr.org/content/25/5/787/F1.small.gif
Esta é uma imagem de uma angioressonância. Aqui vêem-se as veias cerebrais. Mas veja uma imagem pela angiografia:

http://images.radiopaedia.org/images/12553/9bf8184d23b558893314d160eb6cca.jpg 
Há algumas outras indicações mais raras para a realização de angiografia. Mas o que você deve ter percebido é que este exame é importante, dá várias informações valiosas, mas há exames que dão informações parecidas com menos riscos, como a angiotomografia ou a angioressonância. Mas a angiografia ainda tem o seu papel garantido quando estes exames não conseguem ver o que queremos, e sabemos que há lesão em algum lugar.

Mas a angiografia também serve para o tratamento de algumas lesões vasculares cerebrais. A passagem de um stent (molinha que abre o vaso), a colocação de molas dentro de um aneurisma para fechá-lo, ou o fechamento de uma malformação só podem ser conseguidos pela abordagem dos vasos através da angiografia cerebral. Até o tratamento de alguns tipos de tumores cerebrais podem ser feitos com a angiografia cerebral, como a abordagem de certos tumores cheios de vasos com medicações, por exemplo. Sem a angiografia, portanto, procedimentos salvadores de vida não poderiam ser feitos.

Um stent é o que você vê abaixo:

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJxFmbORpJfgk9kLyeMEghkIKhaUmDIElkZDtd5-SpGQToi-u6ArZcHlsHw8QD5x8xBMY8pSXGaYZbxgBPWbjNgTDhs5vjxRJC46a6GXGxfFjA7Jk6ixpc5CaZ1Cpktb8Xe9tG81EcXFQR/s400/Stent+V1150.jpg
O stent serve para abrir o vaso e rechaçar a placa de colesterol, a placa de ateroma. É uma das modalidades de tratamento vascular para derrames.

Já as molas de auerismas para fechamento dos mesmos são o que você vê abaixo:

http://www.brainaneurysm.com/assets/images/pic-3coils.jpg 
Ou seja, a angiografia cerebral tem vários, mas vários usos. Depende do seu médico a indicação criteriosa do exame, pois pode ser a técnica mais indicada no seu diagnóstico ou tratamento. 








Pequeno dicionário de termos médicos - Tiques

E o que seriam tiques? Em inglês, denominam-se tics, e referem-se a movimentos realizados de forma involuntária ou semi-involuntária de forma estereotipada e persistente. E o que quer dizer tudo isso? Vamos explicar.

Movimentos involuntrários são aqueles realizados pelo nosso corpo contra a nossa vontade, e que podemos, mas que geralmente são incontroláveis. Tremores, mioclonias, distonias são movimentos involuntários que nos não é possível controlar, ou como no caso da distonia, podemos controlar ocasionalmente (veremos isso em posts posteriores).

Os movimentos semi-involuntários podem ser parcialmente controlados como no caso dos tiques, onde a pessoa acometida pode conter os tiques por alguns segundos ou minutos, mas às custas de piora dos movimentos após.

Movimentos estereotipados são movimentos que ocorrem sempre da mesma maneira, no mesmo local. Tiques são assim, mas mioclonias e distonias também o são.

Os tiques podem ser classificados como segue:
1. Tiques transitórios da infância - Toda criança em desenvolvimento pode (não necessariamente vai) apresentar movimentos involuntários ocasionalmente, e tiques podem surgir no decorrer do crescimento e desenvolvimemento do cérebro da criança. Esses movimentos podem fazer parte do desenvolvimento da criança, mas estes movimentos devem ser investigados por um médico quando ocorrerem, para se ter certeza de que são movimentos que fazem parte do desenvolvimento normal da criança, e não doença. Tiques podem ocorrer em crianças pequenas, geralmente como abalos motores de um ou ambos os membros, ou outros movimentos do corpo, como do pescoço ou rosto, e que se repetem diariamente por alguns meses ou anos, e depois somem para sempre. São transitórios, temporários, como sugere a definição.

2. Tiques motores ou fônicos crônicos - Se houver tiques que durem mais tempo, e que ultrapassem o período da infância, pode acabar virando tiques crônicos, que podem persistir por alguns anos. Podem ser tiques motores ou fônicos, estes chamados por que produzem sons, como fungadas, tosses, limpeza da garganta, gritos, nomes, palavrões, ou sons animais, como miados, latidos ou outros.

3. Síndrome de Gilles de La Tourette -Será discutida em tópico a parte posteriormente.

terça-feira, novembro 08, 2011

Pequeno dicionário de termos médicos - Mioclonias

Mioclonias são contrações musculares súbitas, como choques, que podem ser localizadas a uma certa parte do corpo, ou generalizadas. Geralmente produzem contrações de vários músculos, levando a movimento de um membro, de forma súbita e rápida (segundos), ou mesmo de vários segmentos do corpo. Todos nós já sentimos mioclonias. Você já deve ter sentido uma sensação de queda súbita, bem rápida, ocorrendo logo ao pegar no sono ou ao acordar, e a sensação que você tem é que o seu corpo parece pular. Isso é uma mioclonia.

Mas o exemplo mais interessante é o que ocorre quando o seu diafragma, o músculo grande que separa o seu tórax do seu abdome, e que é o maior músculo da respiração, tem mioclonias. Você sabe o nome que se dá às mioclonias do diafragma? Soluço! Pois é, é o soluço. E ele é rápido, súbito. Pode ser parado respirando-se rápido (assim, distende-se o diafragna e melhora-se o soluço), ou deixando-o sem funcionar por alguns segundos (parando-se a respiração por alguns segundos). Mas alguns pacientes podem ter soluços repetidos, por várias doenças neurológicas ou não.

Veja abaixo a figura de um diafragma:

O diafragma é este músculo (em vermelho) que separa o tórax do abdome.