domingo, março 13, 2011

AVC? Corra ao hospital o quanto antes!

AVC (Acidente Vascular Cerebral) é um evento vascular em que há lesão cerebral por falta de sangue em um local do cérebro (isquemia) ou extravasamento de sangue no cérebro (hemorrágico). O isquêmico é o mais comum. Um AVC ocorre de uma vez, é súbito. E é algo que pode ser evitado (a ser discutido em um artigo posterior), mas também pode ser tratado.

O paciente pode ter o AVC acordado, com os amigos ou parentes, sou só em sua casa, o que gtorna as coisas mais difíceis (não dá para prever essas coisas), ou pode ter o evento dormindo, e acordar com o déficit, o que também dificulta as coisdas pois não sabemos quando o evento começou.

Se você ou seu parente/amigo estiver tendo um AVC, vá imediatamente a um hospital, pois o diagnóstico deve sre imediato, com avaliação neurológica, exames de sangue, e tomogtrafia de crânio. Feito o diagnóstico de AVC, pode-se usar no paciente uma medicação chamada de r-TPA, que consegue reveter uma boa parcela dos casos de AVC, com pequenos riscos de hemorragia na dependência de critérios de exclusão que devem ser avaliados pelo médico que atende no PS do hospital.

Não espere os sintomas passarem, vá a um médico o quanto antes por que você pode perder a chance de melhorar e evitar sequelas.

E quais são os sintomas de um AVC?

São variados - dependem dos locais cerebrais acometidos. Mas os mais comuns e mais bem identificados pelos pacientes são fraqueza de um lado do corpo (rosto/braço e/ou perna), perda de sensibilidade ou formigamento/dormência, dificuldade para falar ou para engolir, perda de fala (paciente não mais consegue falar ou fala coisas desconexas), perda de visão ou perda de equilíbrio.

Quando uma dor de cabeça realmente preocupa

Dor de cabeça (cefaleia) é um sintoma tão, mas tão comum, que quando vem incomoda mas deixamos de lado e esperamos passar. Não é verdade? Bem, mas há situações em que a dor de cabeça pode ser séria o suficiente para necessitar de apoio médico imediato ou urgente. Essas situações nas quais a dor deve ser identificada de imediato chamam-se Red Flags, dando-se a entender que são "bandeiras vermelhas" de algo grave ocorrendo na cabeça. São estes:

1. Dor de cabeça que começa de uma vez, a pior que o paciente já teve, a mais forte, aquela que o paciente nunca sentiu igual. Essa chama-se de cefaleia em trovoada (thunder headache) e deve ser investigada de imediato, pois pode significar sangramento cerebral.

2. Dor de cabeça nova, diferente de todas as que você já teve. Mesmo se você já tem dor há muito tempo, mas se a dor atual é completamente diferente, em oiutra localização, ou de forte intensidade (maior que usual), deve ser inevstigada.

3. Cefaleia com febre deve ser sempre investigada o mais rápido possível, especialmente se há dificuldade para dobrar o pescoço, pois assim como pode ser só uma sinusite ou uma amigdalite, pode ser também uma meningite.

4. Cefaleia com perda visual deve ser investigada o quanto antes, sempre.

5. Cefaleia com fraqueza, perda de coordenação, perda de sensibilidade, peda de fala ou equilíbrio, visão dupla ou dificuldade ‘a fala deve ser investigada imediatamente.

6. Cefaleia nova em paciente com doenças crônicas como doenças reumáticas ou câncer deve ser ivestigada de imediato.

7. Cefaleia com lacrimejamento, queda de pálpebra, secreção nasal do mesmo lado da cefaleia, ou alterações oculares deve ser investigada logo.

8. Cefaleia que precede uma crise convulsiva deve sempre ser investigada.

9. Cefaleia nova, recente, sempre do mesmo lado deve ser investigada.

Os casos descritos acima exemplificam quando uma dor de cabeça deve prontificar o apciente a procurar um médico urgente, e não esperar em casa o quadro passar.

No consultório do neurologista

O neurologista é o médico que lida com as doenças do cérebro, da medula espinhal, e dos nervos e músculos.
Estes sistemas são bastante complexos, e as doenças que os envolve também o são. Logo, é necessário que um bom neurologista tire do paciente uma boa história clínica.
A história clínica é a entrevista que o médico faz com o paciente, visando tirar o máximo de informações possível do paciente para compor um diagnóstico ou possíveis diagnósticos, e já pensar em exames a serem solicitados, se necessitarem, e em um tratamento para o caso.
Na história médica, pergunta-se sobre os sintomas principais, como começaram, por onde começaram, e se começaram de forma insidiosa (devagar) ou abruptamente. Pergunta-se sobre outros sintomas, e a maneira de início destes, além da relação destes com o sintoma principal. Pergunta-se ao paciente sobre seus sistemas orgânicos, ou seja, coração, pulmão, trato digestivo, pele, senstidos da audição, visão, tato, olfato, paladar, rins e urina, fezes, e outras coisas visando verificar se a doença afeta outros sistemas, ou se há mais de uma doença a ser diagnosticada. Inquire-se o paciente sobre doenças e tratamentos/cirurgias anteriores, doenças da família que ajudem em um diagnóstico, e uso de medicações atuais além de alergias.

A história clínica é a parte mais importante do processo diagnóstico em qualquer especialidade médica, e a neurologista não é diferente. Na verdade, a história clínica é tão importante no diagnóstico neurológico que sem ela não é possível fazer-se um diagnóstico neurológico.

O exame físico vem depois, e pode ser completo, ou seja, examina-se o paciente todo, não só a parte neurológica como todos os outros sistemas, ou pode ser direcionado, o que não invalida o diagnóstico. No exame direcionado, utiliza-se a história clínica para examinar os aparelhos ou sistemas neurológicos supostamente envolvidos, e dá-se atenção também, mas menos, aos outros sistemas supostamente intactos.

Um exemplo: Um paciente com história de perda visual súbita há 3 dias, com dor ocular e tontura. Após uma história completa, pode-se examinar o coração atrás de anormalidades de ritmo ou sopros, artérias carótidas e artérias vertebrais atrás de sopros que podem confirmar uma fonte de coágulos que podem ter entupido a artéria do olho acometido, examina-se o olho acometido e o normal, faz-se o exame de fundo de olho atrás de sinais que indiquem entupimento arterial/lesão venosa e/ou o porquê deste entupimento, ou lesões de retina ou mesmo de outras partes do olho (algo que deve ser confirmado por um oftalmologista), examina-se campo visual para ter certeza de que não houve lesão cerebral sendo a causa da perda visual, examina-se a pupila atrás de sinais que indique se os nervos ópticos estão normais ou não, e examina-se a movimentação ocular. O exame de consciência, força, sensibilidade, coordenação, reflexos e outros nervos cranianos deve ser feito pois pode-se descobrir sinais outros que suportem ou levem o diagnóstico para outra direção, mas pode ser mais sucinto que os testes anteriores, devido ao direcionamento da história.

Com este artigo, não pretendo transformar o leitor em um neurologista, mas fazê-lo ter ciência de como uma consulta neurológica funciona.

Depressão e ansiedade - Quem cuida disso?

Muitos vão dizer que o local de geração de emoções, sensações, medo, depressão inclusive, é o cérebro, e portanto, ansiedade, depressão, estresse, manias, ou seja, doenças mentais são todas de caráter neurológico! 

Bem, não é tão simples assim. Muitos pacientes (mesmo médicos e inclusive psicólogos!) procuram ou encaminham seus pacientes a um neurologista para tratar depressão, ansiedade, ou medos. Mas isso não é o rumo certo a ser seguido. Isso por que estes são distúrbios psíquicos, e que apesar de serem gerados no cérebro, dizem respeito ao comportamento, e portanto há toda uma base psíqica/psiquiátrica por baixo, com tratados e livros e mais livros sobre o assunto que são de domínio quase que exclusivo da psiquiatria.

E mais, chamar psiquiatra de "médico de louco" é tão ultrapassado quanto achar que epilepsia se pega pela baba do epiléptico. Psiquiatra é o médico que cuida do comportamento, das emoções, do humor, e dos seus transtornos.

O neurologista cuida da parte física, do "hardware" do computador. Das terminações nervosas, das estruturas, e das doenças que as acometem. Mas pode o neurologista ousar tratar um quadro depressivo ou uma crise de ansiedade num paciente seu, portador de uma doença neurológica, haja vista quadros psíquicos acompanharem doenças físicas?

Bem, poder pode, mas aconselho a estes médicos que encaminhem seus pacientes a um psiquiatra de confiança para acompanhamento, pois esta não é "a nossa praia". Há várias nuances e segredos no tratamento destes quadros, e há várias estratégias de tratamento que só um psiquiatra bem treinado saberá orientar.

E também há neurologistas com formação em psicanálise, psicologia, ou mesmo com residência em psiquiatria e neurologia, sendo, portanto, qualificados para o tratamento de doenças psíquicas. Mas não é a regra.

Portanto, se você está procurando um médico para tratar aquela depressãozinha que parece sempre estar ali, ou aquela ansiedade, ou um medo, ou algo mais sério, procure um bom psiquiatra.