domingo, setembro 18, 2011

Álcool e derrame

O consumo leve a moderado de álcool, ou o não consumir álcool, pode estar relacionado a uma diminuição do risco de desenvolver derrame de ambos os tipos (tanto os isquêmicos como os hemorrágicos) (para uma definição de derrames, vá aqui e aqui.

Ao que os estudos indicam, o consumo leve a moderado de álcool, especialmente na forma de vinho tinto, pode aumentar os níveis de HDL (o colesterol dito bom) o mesmo tempo que diminui os níveis do colesterol ruim (LDL) (fonte: Vá aqui), diminuido ou retardando a formação das placas de ateroma nos vasos do cérebro e do coração.

Mas o consumo exagerado de álcool pode levar a algumas consequências danosas:

1. O álcool pode levar a hipertensão arterial, a famosa pressão alta, o que pode causar danos sérios aos vasos, como obstruções vasculares e derrames, além de poder enfraquecer a parede dos vasos dentro do cérebro e dar derrames hemorrágicos;

2. O consumo em excesso de álcool pode levar a insuficiência cardíaca, o que chamamos de miocardiopatia alcóolica. O coração fraco, e mais ainda, com lesões em seus vasos (as coronárias) podendo ocasionar infartos, pode ajudar no aparecimento de arritmias (a mais comum delas sendo a fibrilação atrial, um quadro em que o átrio esquerdo [o local do coração que recebe o sangue vindo dos pulmões e que o manda para os ventriculos para depois ser bombeado para o corpo] não bate, mas treme, fibrila por assim dizer, fazendo com que o sangue fique parado dentro dele formando coágulos). Estas arritmias e os coágulos que se formam podem se soltar do coração e subir para o cérebro, causando derrames;

3. O álcool pode causar lesão do fígado, e perturbar a produção das proteínas que ajudam na coagulação do sangue. Um sangue que não coagula é um sangue dito "fino", e que pode predispor a sangramentos em qualquer lugar, inclusive dentro do cérebro (AVC hemorrágico ou hematoma cerebral) ou mesmo ao redor dele (hematomas subdural e epidural).

Ou seja, há várias maneiras pelas quais o uso excessivo de álcool pode predispor uma pessoa a ter um derrame.

Na próxima página, falaremos da encefalopatia de Wernicke e da Síndrome de Korsakoff

O que o álcool pode fazer contra o seu sistema nervoso?

O álcool etílico ou álcool de cozinha é uma das drogas mais consumidas do mundo. Como droga lícita, acaba sendo encontrado virtualmente em todos os lugares. Consumir álcool ocasionalmente é socialmente aceitável, e algumas vezes até saudável, como o consumo de uma taça de vinho tinto suave por dia, que ao que tudo indica parece ajudar a proteger o coração (Fonte: Vá aqui). Mas o álcool também pode ser seu pior inimigo, e o uso crônico de álcool (alcoolimso crônico ou etilismo crônico - Vá aqui para saber mais) pode levar a problemas em várias esferas, tanto no âmbito social e profissional como no psíquico e físico.

Em termos físicos, o álcool pode afetar seu fígado, levando a cirrose hepática; seu coração, levando a cardiomiopatia alcóolica; seus nervos, levando a polineuropatia alcóolica; ou seu cérebro, levando a demência e outras alterações. Além disso, problemas no estômago (gástricos) causados pelo álcool podem fazer com que certas vitaminas, como a vitamina B12, deixem de ser absorvidas, o que pode piorar ainda mais a situação.

Nestes próximos tópicos, vamos examinar algumas consequências do consumo exagerado de álcool para o sistema nervoso. Como consumo exagerado, neste blog, consideraremos a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), que você por ver aqui.

Depressão grave de longa data pode afetar o cérebro?

Notícia tirada do site Neurology Now

Depressão possui muitos efeitos bem além dos transtornos de humor. A depressão pode levar a alterações do sistema imunológico e dificuldade de recuperação de doenças, além de menores taxas de expectativa de vida. A ansiedade que acompanha a depressão pode causar hipertensão arterial. 


O aumento dos níveis de estresse que acompanham a depressão pode elevar os níveis de glicocorticóide, hormônio produzido pela adrenal (ou supra-renal) e que está relacionado à resposta ao estresse. Esta substância pode ter efeitos danosos no sistema nervoso central, especialmente em uma área do cérebro chamada de hipocampo, crucial para a criação das memórias de longo prazo, ou seja, acaba por ocorrer dificuldade ou incapacidade de guardar novas memórias, o que pode explicar por que pacientes com depressão e/ou ansiedade têm dificuldades de memorização e esquecimentos frequentes. O tratamento da depressão e da ansiedade pode ter efeitos muito benéficos sobre esta perda de memória, inclusive melhorando-a.

Quanto mais cedo o tratamento da depressão começar, melhor, já que menos lesão ocorre e mais controle se tem sobre os sintomas. E o médico adequado para tratar casos de depressão e ansiedade é o psiquiatra. Uma combinação de psicoterapia direcionada para cada caso e uso de medicações é a aposta certa no tratamento.




Níveis elevados de "colesterol bom" podem diminuir risco de doença de Alzheimer

Notícia tirada de:

WebMD Health News

Ter altos níveis de HDL ("colesterol bom") pode reduzir os riscos de desenvolver doença de Alzheimer.  Especialistas chamam a atenção para nova evidência da associação entre doenças do coração e demência. Tratar bem do coração e de suas coronárias pode diminuir os riscos de doença de Alzheimer.
Há evidências de que pessoas com os mais baixos níveis de HDL têm risco significativamente mais alto de desenvolver doença de Alzheimer.


 Além disso, os pesquisadores viram que pessoas com níveis mais altos de LDL ("colesterol ruim") e de colesterol total tinham risco mais alto de desenvolver demência quando possuíam outros fatores de risco, como diabetes, pressão alta, obesidade ou risco genético. O colesterol total e o LDL por si sós não parecem aumentar o risco de demência.


HDL tem a ver com derrames, diminuindo seus riscos, e derrames têm a ver com doença de Alzheimer. Essa pode ser uma ligação entre as duas coisas. HDL também funciona como uma molécula carreadora de proteínas para dentro e fora da célula.

Mas mais importante é manter seu coração saudável. Diminuir seus riscos cardíacos dá-se através do controle de fatores de risco, como controle de pressão alta, diabetes, programa de emagrecimento com atividade física regular, parada do tabagismo e do uso crônico de álcool.


Os níveis de HDL, segundo recomendações da American Heart Association, devem ser acima de 40 mg/dl para homens e acima de 50 mg/dl para mulheres. Níveis ótimos são os acima de 60 mg/dl para ambos os sexos.