quinta-feira, setembro 20, 2012

O medo pode ser "apagado" de nossos cérebros!

Notícia tirada do site ScienceDaily (leia aqui o original) e traduzida livremente.


O medo pode ser apagado do cérebro

Novas memórias emocionais podem ser apagadas do cérebro humano, de acordo com um estudo publicado na revista Science por pesquisadores da Universidade de Uppsala

Quando uma pessoa aprende algo, uma memória de longo prazo se forma com o auxílio de um processo de consolidação que se baseia na formação de proteínas. Quando lembramos algo, a memória se torna instável por um curto período de tempo e é então reestabilizada por outro processo de consolidação. Ou seja, podemos dizer que não lembramos exatamente o que aconteceu, mas ao invés, o que lembramos a última vez que pensamos sobre o que ocorreu. Pela ruptura do processo de reconsolidação que se segue após lembrarmo-nos de algo, nós podemos afetar o conteúdo da memória.

No estudo, os pesquisadores mostraram aos sujeitos da pesquisa uma figura emocionalmente neutra, e simultaneamente administraram um choque elétrico. Desta maneira, a figura começou a elicitar medo nas pessoas, ou seja, havia se formado uma memória de medo. A fim de ativar esta memória de medo, a figura era novamente mostrada, mas sem choque elétrico acompanhando. Para o grupo experimental, a reconsolidação foi rompida com o auxílio de apresentações repetidas da figura. Para um grupo controle (pessoas com média de idade semelhante ao grupo experimental, com as mesmas características demográficas que o grupo experimental, mas que não participam de todo o experimento), o processo de reconsolidação completou-se antes que os pesquisadores mostrassem repetidamente a mesma figura.

No grupo experimental, onde não foi permitida a reconsolidação da memória de medo, o medo que eles associavam à figura sumiu, ou seja, a ruptura do processo de reconsolidação tornou a memória de medo neutra, e não mais causava medo. Ao mesmo tempo, usando um aparelho de ressonância megnética, os pesquisadores conseguiram mostrar que os traços daquela memória também sumiram da parte do cérebro que normalmente armazena as memórias de medo, o grupo de núcleos conhecido como amígdala, localizados no lobo temporal.

O autor sugere que este estudo pode, no futuro, permitir melhorar métodos de tratamento de doenças psiquiátricas que têm o medo como base, como a ansiedade, o transtorno de estresse pós-traumático, as fobias e os ataques de pânico.