segunda-feira, janeiro 28, 2013

A doença de Parkinson constitui-se somente de sintomas motores?

Aos pacientes - Este post tem função única e exclusivamente informativa. Não tem a pretensão de diagnosticar ou sugerir tratamentos para nenhum sintoma. Tampouco afirma que todos os pacientes terão os sintomas listados abaixo. Como falei, este post é meramente ilustrativo e informativo, e visa informar, fazer conhecer a doença chamada de doença de Parkinson e seus sintomas. Por favor, não usem estes informações para outros fins que não estes. 

A doença de Parkinson não constitui-se somente de sintomas motores, como muitos pacientes e familiares acreditam. Muitas pessoas afirmam que a doença caracteriza-se pelo tremor, mas muitas vezes o tremor não existe, ou é mínimo, e a lentidão predomina. Mas outras vezes, apesar dos sintomas e sinais motores,  presenciamos a evolução do que chamamos de sintomas e sinais não-motores, um conjunto de situações que nada tem a ver com a motricidade do paciente, e ao invés, afetam partes do corpo relacionadas a outros sistemas e órgãos.

Sintomas motores são a lentidão, chamada de bradicinesia tecnicamente, a rigidez muscular e o tremor de repouso, além da instabilidade postural do paciente ao ficar de pé, que pode levar a quedas. São estes aspectos que chamam a atenção ao vermos um paciente na rua. Mas poucos sabem que a doença é mais do que somente isso. 

Quando James Parkinson descreveu a doença em 1817, ele já havia observado alterações de expressão facial, de fala, a sialorreia (a "babação" que alguns pacientes apresentam), a chance de quedas e outros sintomas, chamamos conjuntamente de sintomas não motores da doença de Parkinson.

Na verdade, a doença começa anos antes dos sintomas motores aparecerem, o que torna o diagnóstico ainda mais difícil, pois somente conseguimos fazer o diagnóstico quando o tremor e a lentidão aparecem, mas a doença já está lá há alguns anos.

A doença provavelmente começa em dois locais - no nervo olfatório, que está no seu nariz e lhe permite sentir cheiros e odores - e nos intestinos, mais precisamente nas malhas de neurônios que se localizam na parede intestinal e permitem a motilidade, a movimentação do intestino (sim, o intestino tem neurônios e nervos, e estes são extremamente importantes na movimentação do bolo fecal para formar, por último, as fezes).

Assim, muitos pacientes com doença de Parkinson apresentam disfunção do olfato, que é melhor provado através de testes especializados (pode ser que você, se tiver a doença, não tenha percebido isso ainda), e constipação intestinal (o paciente defeca, faz cocô, às vezes 1 vez por semana ou com ajuda de laxantes).

A doença de Parkinson ainda pode apresentar outros sintomas que, às vezes, são mais importantes e causam mais problemas que os sintomas motores, como ansiedade, insônia ou excesso de sono, salivação (babação), labilidade emocional (o paciente se emociona facilmente ou chora com facilidade, o que é mais raro na doença), irritabilidade, alterações visuais (embaçamento visual), problemas de sono além da insônia, dificuldades para engolir e alterações urinárias. Pode haver ainda excesso de sudorese e alterações de pele, como caspa.

Todos estes sintomas têm tratamento, e há medidas e medicações específicas para cada problema. O importante, assim, deve ser reconhecer estes problemas precocemente, para que o tratamento seja o mais adequado, evitando-se complicações.