quinta-feira, janeiro 16, 2014

Álcool e memória

Notícia tirada da revista Time de 15 de janeiro de 2014.

Homens de meia idade que bebem 2,5 doses de bebida alcóolica por dia podem acelerar a perda de memória em seis anos. Este achado foi feito em um estudo publicado ontem, dia 15 de janeiro, na conceituada revista Neurology, da Academia Americana de Neurologia (link).

O estudo, feito por pesquisadores da University College de Londres, e liderado por Séverine Sabia, avaliou os hábitos alcóolicos de 5054 homens e 2099 mulheres em três diferentes momentos durante um período de 10 anos. Quando os participantes fizeram 56 anos de idade, eles se submeteram ao primeiro de uma série de três testes de memória e funções executivas (leia mais sobre isso aqui) que seriam feitos durante os 10 anos do estudo.

Os homens, segundo os pesquisadores, que bebiam uma média de 2,5 doses por dia mostraram sinais de perda de memória mais cedo do que os homens que bebiam menos que isso, ou do que homens que não bebiam.

Mesmo após os pesquisadores terem eliminado os fatores que afetariam a memória, como dieta ou hábitos de exercício físico, manteve a relação de perda de memória com consumo de álcool. Entre as mulheres, também houve resultado parecido.

Os pesquisadores classificaram doses como de vinho, cerveja ou destilados, sendo que bebedores de destilados, como vodka, gim ou uísque, tiveram declínios mais acentuados de memória, não pareceu haver diferença entre os bebedores de vinho ou cerveja.

O estudo, embora não sendo 100% original, demonstra o quão pouco de álcool é necessário por dia para causar um grande impacto na vida do indivíduo. Os pesquisadores acreditam que o álcool, de alguma forma, interfere com o fluxo sanguíneo cerebral. Fora isso, já se sabe que álcool em excesso pode levar a danos e morte neuronal.

Por que o cérebro das meninas amadurece mais rápido do que o dos meninos?

Em uma pesquisa publicada em dezembro de 2013 na aclamada revista Cerebral Cortex (link) publicada por Sol Lim e colaboradores da Universidade de Newcastle, UK, descobriu-se que os cérebro de meninas reorganizam-se e amadurecem (evoluem e organizam suas conexões) mais cedo do que os cérebro de meninos da mesma faixa etária. 

No estudo, 121 pessoas entre 4 e 40 anos de idade foram escaneados com ressonâncias magnéticas usando-se uma sequência em que é possível visualizar as conexões e ligações entre os neurônios, chamada de DTI ou tractografia, documentando-se a ida e vinda das conexões (as conexões cerebrais são constantemente rearranjadas e podadas de forma a facilitar e organizar as relações entre os neurônios e aumentar a capacidade cerebral, além de fornecer base para a neuroplasticidade). 

Neste estudo, descobriu-se que algumas fibras que fazem a conexão entre áreas distantes do cérebro permanecem relativamente estáveis entre as idades e sexos, enquanto que conexões mais curtas, entre neurônios próximos, muitas sendo até mesmo redundantes (mais de uma para fazer a mesma função) foram modificadas. E esta reorganização, tão necessária para o amadurecimento cerebral, parecia ocorrer mais precocemente nos cérebro de pacientes do sexo feminino.

Mulheres também tendiam a ter mais conexões através dos dois hemisférios cerebrais (ligando as regiões simétricas de cada lado). Os cientistas acreditam que esta reorganização mais precoce torna o cérebro feminino mais eficiente em seu trabalho, e assim alcançando um estado mais maduro para processar, entender, o ambiente. 

Mas o que os cientistas não sabem é o que direciona esta diferença entre os sexos. 

Isso já era intuitivamente conhecido entre os cientistas, mas agora tornou-se cientificamente comprovado. 

Fonte - Revista Time 19/12/13